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Caminho (2022)

Caminho descalça
Para sentir o chão
Alheia à devassa
Longe da desgraça
Evito esta multidão

Cidades estranho
Toda esta confusão
Preciso de espaço
E a cada passo
Procuro libertação

Durmo ao relento
Naquela imensidão
Na noite estrelada
Sigo a caminhada
E o meu coração

Caminho sozinha
Longe da escuridão
E mais me afasto
Com a sola gasta
Sem medo da solidão

Destino (2024)

Subi montanhas

E desci mil vales

Cavei entranhas

Na ânsia que fales

 

Varri as estrelas

Infinitamente belas

Além do firmamento

Tal é meu tormento

 

Por mais que tente

E pergunte por aí

É pouco evidente

O rumo em frente

 

Diz-me onde vou

Ando à tua procura

Afinal quem sou?

Livra-me da loucura!

 

Fiz vénia ao vento

Ainda cortejei o mar

Presa no sotavento

Continuo a teimar

 

Fugi da maré-cheia

Rastejei no deserto

E desenhei na areia

Senti-te ali tão perto

 

Ergui-me na poeira

Tal uma guerreira

Porque não desisto

Perante o imprevisto

 

E se decides brincar

Com a minha paciência

Saberei então esperar

Confiar na experiência

 

Mesmo em pedaços

Continuo a resistir

No silêncio sei ouvir

O eco dos teus passos

 

Subirei montanhas

E mesmo se caio

Sei que acompanhas

A vida é um ensaio

 

Tenho tanto a dar

Toma o que queres

Toma meus haveres

Anda, vem buscar!

 

Sou assim toda nua

Sem nada sou nada

Destino sou toda tua

A que estarei destinada?

©2025 por Sabrina Vieira Fialho

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